O Brasil tem inúmeros desafios para a abertura e a manutenção de seus negócios, e tanto o microempreendedor quanto o proprietário de empreendimentos de pequeno porte sabem dessas dificuldades. Por esse motivo, muitas vezes, alguns empreendedores se veem envolvidos em tantas burocracias que acreditam que assumir mais uma responsabilidade pode gerar mais preocupações no seu dia a dia. E isso pode levar muitos a desistirem de compromissos sociais.
Contudo, o que muitos empreendedores ainda não sabem é que adotar ações de responsabilidade social é mais simples do que parece e, acredite, é um dever de todos, e não apenas de grandes instituições.
Assim, para entender melhor como os projetos de impacto social podem fazer parte da rotina do micro e pequeno empreendedor e, ao mesmo tempo, criar mais possibilidades de sucesso, continue a leitura.
Neste post, abordaremos temas de grande relevância para quem precisa de informações iniciais:
- O conceito de responsabilidade social e os cuidados ao adotar as ações;
- 3 formas de apoiar a comunidade, com foco em projetos para micro e pequenas empresas*;
- Como acontecem os impactos nos resultados.
Vamos lá?
O que é responsabilidade social e quais cuidados adotar
Responsabilidade social é o conjunto de ações que as empresas adotam voluntariamente para tornar a vida das pessoas – a sociedade e seus empregados – melhor.
E já que falamos em empregados ou colaboradores, o primeiro ponto que queremos destacar é sobre esse grupo: quando se pensa em impacto social, o empreendedor não deve olhar apenas para o exterior. Os funcionários também precisam ser cuidados pela empresa. Portanto, ações que melhorem o bem-estar e desenvolvam os colaboradores são fundamentais para o negócio ter mais sucesso. Afinal, todo mundo sabe que um empregado mais satisfeito e reconhecido também é mais produtivo.
Não menos importante, o segundo ponto de destaque na definição do conceito de responsabilidade social é o termo “voluntariamente”. Isso quer dizer que a adoção de ações de impacto social deve ser em torno da geração de benefícios coletivos. Não adianta implantar um projeto social visando apenas obter benefícios financeiros (pois nem sempre essas ações geram isenção fiscal) ou apenas para trazer visibilidade para o negócio. São esses os motivos que nos levam a falar sobre os cuidados, afinal, não queremos que a ação social se torne motivo de “cancelamento”.
Nos últimos anos, o termo responsabilidade social vem sendo citado com frequência nas redes sociais, em jornais ou nas conversas informais. Com o abundante acesso às informações, empresas que querem “surfar a onda” para obter apenas mais sucesso e não se posicionam realmente de forma responsável, têm sido “canceladas” pelo público. E muitos negócios veem sua imagem ser banalizada e seus lucros caírem porque não têm ações de cunho social que comovem a população.
Sendo assim, é importante que a empresa demonstre que tem verdadeiramente um compromisso com a comunidade. E, de forma orgânica e real, o negócio passa a ser visto com bons olhos pelo mercado.
Agora, vamos dar alguns exemplos de ações possíveis de serem executadas, mesmo quando se é um micro ou pequeno empreendedor.
3 projetos de ação social para micro e pequena empresa
Entendendo que a responsabilidade social é uma ação voluntária, vamos apresentar 5 projetos viáveis que micro e pequenas empresas podem desenvolver para melhorar a vida das pessoas.
1. Reduzir o impacto ambiental
Pequenas mudanças na rotina do empreendimento já geram redução do impacto ambiental:
- Estimular o uso de caneca ou garrafinha para o consumo de água, ao invés de copos descartáveis. Se houver possibilidades, o empreendedor pode até personalizar canecas para os funcionários;
- Conscientizar os funcionários para a redução do consumo de papel. É possível configurar a impressora para imprimir nos dois lados da folha, fazer bloquinhos com o lado em branco de uma folha já impressa e, mais importante, reduzir impressões desnecessárias;
- Determinar recipientes específicos para lixo descartável e lixo orgânico. Para ajudar, separamos uma imagem que explica de forma didática o que é cada um dos lixos. E, claro, fazer o descarte do lixo nos dias corretos, caso haja coleta seletiva na cidade;
- Melhorar o sistema de iluminação, optando por lâmpadas de menor consumo de energia (ação que vai impactar positivamente também nas despesas ordinárias) e lembrar os funcionários de manterem as luzes apagadas quando um ambiente estiver vazio (como banheiro, estoque, refeitório etc.).
3. Tornar-se ponto de coleta de doações
Se o empreendimento tiver um espaço físico, dá para aproveitar o local para armazenar doações feitas pela comunidade. É importante estabelecer, anteriormente, parcerias com instituições que recebem as doações.
E esse tipo de projeto é uma boa ideia para quem tem comércio, afinal, é um estímulo para receber mais clientes na loja. Além disso, é possível coletar e armazenar:
- Potes plásticos de manteiga/margarina: instituições que fazem comida para moradores de rua aproveitam esses potinhos;
- Lacres de latinhas de alumínio;
- Tampas plásticas, tipo as de garrafa pet;
- Esponjas de pia.
3. Contribuir com instituições sociais
Uma das formas mais populares de ajudar a sociedade é sendo um contribuinte de instituições sociais. Assim como as sugestões anteriores, essa modalidade gera impactos positivos de longo prazo e que, muitas vezes, nós nem nos damos conta do quanto são positivas!
Um exemplo disso é contribuir com instituições que oferecem cuidados e tratamentos na área de saúde mental para a população de baixa renda.
O empresário que contribui pode não perceber, mas sua ação impacta positivamente no relacionamento destas pessoas que são assistidas com a sociedade. Ao cuidar das questões socioemocionais, especialmente da população mais vulnerável, é possível ajudar a reduzir a violência, a gravidez precoce ou não planejada e o uso de drogas, por exemplo.
Ao mitigar esses problemas, isso gera um ciclo positivo para a sociedade: as crianças e jovens têm mais interesse em permanecer na escola ao invés de “aprontar”, se sentem mais dispostas a dar continuidade aos estudos e, assim, têm oportunidade de galgar melhores empregos e contribuir com a economia, ao se tornar trabalhador e consumidor. E o que pode parecer uma ajuda momentânea, tem reflexos por toda uma vida!
O Instituto Cuida de Mim oferece cuidados multidisciplinares na área da saúde mental (psicologia, psicopedagogia e atividades socioculturais) para a população carente. Saiba mais e apoie esse projeto!
Como acontecem os impactos nos resultados
Ao chegar neste ponto, você, leitor, pode achar que vamos nos contradizer sobre os impactos nos resultados. Por isso, iniciamos esse tópico reforçando que as ações sociais adotadas devem ser voluntárias. Mas saiba que o consumidor muda a forma como vê o negócio a partir do momento em que ele sabe que há investimento de tempo, dinheiro ou espaço em projetos de cunho social.
O estudo “Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2020”, realizado com 1000 pessoas em junho deste ano, aponta que 65% dos respondentes esperam que as empresas estabeleçam metas para tornar o mundo melhor. É importante destacar que este estudo contou com respondentes maiores de 18 anos, sendo um “público altamente relevante pelo poder de compra, potencial de articulação e representatividade como formadores de opinião”.
Além disso, ao fazer uma rápida pesquisa na Internet, é fácil compreender que os consumidores preferem comprar de empresas que contribuem com programas de apoio à sociedade. E, por outro lado, profissionais em busca de emprego também preferem trabalhar em empresas que desenvolvam programas de impacto social.
Isso significa que o empreendimento que apoia a comunidade tem mais sucesso, pois passa a ser visto como um lugar que se preocupa com as pessoas, como uma empresa que melhora a vida de alguém, dentro ou fora do ambiente comercial!
É fácil fazer a diferença na vida de alguém. Conheça os colaboradores institucionais do ICM e faça parte, você também, desse grupo!
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* Conforme critérios do SEBRAE, ME é uma microempresa que emprega até 9 funcionários e a EPP é uma empresa de pequeno porte, que emprega de 10 a 49 funcionários, considerando os setores de prestação de serviços e comércios.